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Mariana, primitivamente Ribeirão do Carmo, foi a primeira entre as cidades surgidas por efeito das expedições de bandeirantes paulistas, que a partir da última década do século XVII, demandaram as Minas Gerais. E foi também, no dizer do historiador Diogo de Vasconcelos, o centro de onde se irradiou a conquista definitivamente do território. Partindo de Itaverava, ponto do qual os bandeirantes vindos de Taubaté prosseguiam como em última arrancada para atingir o ribeirão do Tripuí, desde 1691 vinha sendo procurado por outros sertanistas, Salvador Fernandes de Mendonça, em companhia de Miguel Garcia da Cunha e outros bandeirantes, acampou a 16 de julho, nas margens do ribeirão do Carmo, assim chamado por ser aquele o dia consagrado no calendário cristão à festa da Santíssima Virgem. Verificaram ser o ribeirão riquíssimo em aluviões auríferas, com a mesma formação dos granitos cor de aço que tornaram famoso o Tripuí, onde surgiria Ouro Preto. Tomando posse de ribeirão do Carmo e nele iniciando a mineração, mandou Salvador Fernandes levantar as primeiras cabanas ao longo da praia, hoje chamada do Mata-Cavalos, bem assim a capela que foi dedicada inicialmente ao menino Jesus, sendo mudada a invocação sucessivamente para Nossa Senhora do Bom Sucesso e Nossa Senhora da Assunção, nela oficiando a primeira missa o Capelão da comitiva, padre Francisco Lopes Gonçalves. Regressou depois disso a São Paulo, de onde retornou, em 1699, em companhia do guarda-mor Garcia Rodrigues, para a medição e distribuição dos descobertos, o que foi feito, começando-se pelo de Miguel Garcia, no ribeirão que antes já havia encontrado e no qual fundou o arraial da Vargem, e seguindo-se no ribeirão do Carmo, onde foi feita a meditação em nome de Manoel Garcia de Almeida. Outros povoados vieram depois, e novos arraiais foram surgindo, tais como o de Camargos, fundado por Tomaz Lopes de Camargo e seus irmãos, que abandonaram suas lavras em Ouro Preto; Cachoeira do Brumado, por João Pedroso; São Sebastião, por Sebastião Fagundes Varela; Furquim, e Bento Pires, que recebeu o nome do sue próprio fundador. Alastrou-se em pouco tempo por toda a área do ribeirão do Carmo a faixa intensa da mineração, o mesmo acontecendo logo em seguida em Ouro Preto, descoberto por Antônio Dias e outros bandeirantes. Para os dois centros, quase unidos pela curta distância que os separa, passaram a convergir levas e mais levas de imigrantes vindos de São Paulo, Rio de Janeiro e outros pontos, determinando o rápido crescimento das respectivas populações.
Mariana (MG). In: ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. v. 26. p. 49-57. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv27295_26.pdf. Acesso em: ago. 2015.
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