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História da cidade de São José do Norte

Brasão da cidade de São José do NorteNesta página, você nortense ficará conhecendo um pouco mais da história da sua cidade. Leia com atenção.

São José do Norte No Rio Grande do Sul, entre o Oceano Atlântico e a Laguna dos Patos, encontra-se uma longa restinga arenosa que, ao sul, termina às margens do Canal do Rio Grande. Enquanto a costa do Atlântico é retilínea, sem enseadas nem ancoradouros, a costa da Laguna enfeita-se de pontas e angras. Nessa região de dunas movediças, bons campos de pastagens e um rosário de lagoas, encontra-se São José do Norte. No século XVI, estas terras faziam parte do 'pedaço espanhol' da América. Resultante da partilha diplomática entre Portugal e Espanha (Tordesilhas, 1494). Mas foi por elas que os portugueses, descendo de Laguna (SC) pelos 'Campos de Viamão', foram conquistando para si o 'Continente de São Pedro'. Além da defesa da costa e da posse da terra, o grande atrativo para a ocupação da Restinga foi, no início do século XVIII, o apreamento e o contrabando do gado que se espalhava pelas 'Vacarias do Mar' e pela 'Banda dos Charruas' - gado trazido pelos jesuítas missioneiros e pelo governo de Buenos Aires, que as ricas pastagens naturais encarregara-se de multiplicar. Entre os tropeiros pioneiros que viram na restinga nortense um sendeiro capaz de trazê-los e levá-los de volta a Santa Catarina, destacou-se Cristóvão Pereira de Abreu. Desde 1703, ele 'caçava', coureava e vendia gado com autorização do rei de Portugal. Foi, pois, na Restinga do Norte que surgiram as primeiras estâncias de gado portuguesas. Em 1721, Francisco de Brito Peixoto (filho do fundador de Laguna/SC) desceu pelos 'Campos do Viamão', atravessou a Restinga e o canal do Rio Grande e chegou até Maldonado (Uruguai), comprovando e relatando às autoridades coloniais a importância de uma ocupação efetiva daquelas paragens. Em 1725, João de Magalhães (genro de Brito Peixoto) é encarregado de construir uma atalaia na margem norte do Canal do Rio Grande para que se possa, dali, dar apoio aos que trazem gado do sul. Enquanto isso, Cristóvão Pereira continuava criando pousos e currais entre o Rio Tramandaí e a Barra do Rio Grande. A cadeia de invernadas garantia a permanência da comunicação. Em 1737, com a chegada de José da Silva Paes e a fundação de Rio Grande, a Restinga também foi beneficiada. Um dos atos importantes do Brigadeiro foi à criação da Estância Real de Bojuru, em 1738. Foram, ainda, estabelecidos postos de vigilância ao longo da costa: as Guardas do Norte, do Estreito, do Capão do Meio e de Mostardas. Chegaram povoadores. Em 1763, quando a Vila de Rio Grande caiu em poder dos espanhóis, a Restinga recebeu os refugiados. Mas as forças espanholas atravessaram o canal e ocuparam a Barranca do Norte com seu posto de vigilância (onde hoje situa-se a cidade). Em 1764, os portugueses construíram o Forte da Barranca de São Caetano, comandado por Francisco Pinto Bandeira, e dali organizaram a resistência lusa até 1767, quando expulsaram os espanhóis da Barranca do Norte. É durante a ocupação espanhola no Rio Grande (até 1776) que a região vê crescer sua importância estratégica para a colonização portuguesa no Continente de São Pedro. Surgem as primeiras freguesias: Mostardas (que iria emancipar-se em 1963) e Estreito, antigos postos de vigilância. A povoação do Estreito, em meio a dunas móveis, mais de uma vez precisou trocar de lugar para não ter suas casas cobertas pela areia. A capela de Nossa Senhora da Conceição, nela construída, foi Matriz do Norte até 1812. Mas, já em 1767, começa a aparecer em documentos o nome São José, dado ao Forte da Barranca, próximo ao Canal e recém reconquistado aos espanhóis (em homenagem ao rei D. José I de Portugal). Em 1774, reacendeu-se a guerra platina e o governo de Buenos Aires veio com força, tendo como objetivo ? não alcançado - restaurar a linha de Tordesilhas, ocupando todo o Continente e a ilha de Santa Catarina. Foi a partir de São José do Norte que as tropas portuguesas, comandadas por Rafael Pinto Bandeira e o governador militar Marcelino de Figueiredo, atacaram e reconquistaram o Rio Grande para a Coroa Portuguesa. A partir daí, os Fortes existentes na Restinga do Norte foram entrando em decadência - a linha de defesa deslocara-se para o sul. Mas a localidade de São José do Norte, por sua posição privilegiada junto ao Canal, continuou em desenvolvimento. Em 1822, sua capela foi elevada à condição de Freguesia e, em 25 de outubro de 1831, o povoado recebeu a condição de Vila, tendo, em 15 de agosto de 1832, obtido a qualificação de Município, emancipando-se de Rio Grande. Durante a Guerra dos Farrapos manteve-se aliada do governo central do Brasil, recebendo, por Decreto Imperial de 1841, a denominação de 'Mui Heróica Vila de São José do Norte' pela resistência às tropas farroupilhas que, por ela, queriam chegar ao porto do Rio Grande. Os rumos do desenvolvimento, a partir da metade do século XIX, deram-se em outras direções. São José do Norte por muito tempo teve como principais atividades econômicas o cultivo da cebola (chegou a ser o maior produtor de cebola do Brasil) e a pesca. A partir da década de 70 do século passado viu suas terras serem ocupadas pelas plantações de eucaliptos e pinus que por um lado geram empregos e por outro, degradam o ambiente. O caminho pelo qual chegaram os povoadores com o tempo ganhou o nome de 'estrada do inferno', pois seu acesso difícil isolava as comunidades do interior da sede do município. Agora, no século XXI, essa situação está mudando, pois a estrada até Mostardas está 'quase' pronta. Formação Administrativa Freguesia criada com a denominação de São José do Norte, por carta régia de 12­04-1820, no município de Rio Grande. Elevado à categoria de vila com a denominação de São José do Norte, por decreto nº 13, de 25-10-1831, desmembrado de Rio Grande. Sede na antiga vila de São José do Norte. Constituído do distrito sede. Instalado em 15-08-1832. Por lei provincial nº 53, de 25-05-1846, é criado o distrito de Estreito e anexado ao município de São José do Norte. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: São José do Norte e Estreito. Por ato municipal nº 316, de 15-01-1916, são criados os distritos de Bojuru, Mostardas e São Simão e anexado ao município de São José do Norte. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município de São José do Norte é constituído de 5 distritos: São José do Norte, Bojuru, Estreito, Mostardas e São Simão. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII­1937. Pelo decreto estadual nº 7199, de 31-03-1938, o distrito de São Simão é extinto sendo seu território anexado ao distrito sede do município de São José do Norte. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 4 distritos: São José do Norte, Bojuru, Estreito e Mostardas. Pela lei municipal nº 9, de 11-08-1951, é criado o município de Tavares, desmembrado do distrito de Mostardas e anexado ao município de São José do Norte. Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 5 distritos: São José do Norte, Bojuru, Estreito, Mostardas e Tavares. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela lei estadual nº 4691, de 26-12-1963, desmembra do município de São José do Norte, o distrito de Mostardas. Elevado à categoria de município. Sob a mesma lei o distrito de Tavares é extinto, sendo território anexado ao distrito sede do município de Mostardas. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 3 distritos: São José do Norte, Bojuru e Estreito. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fonte

LESSA, Barbosa. Rio Grande do Sul, Prazer em Conhecê-lo. 3ª ed. Porto Alegre: Editora AGE, 2000. VIEIRA, Eurípedes Falcão. Rio Grande, Geografia Física, Humana e Econômica. 1ªed. Porto Alegre: Editora Sagra, 1983. MACHADO, Sônia. O Longo Amanhecer do Sul. 1ªed. Porto Alegre: Editora mercado Aberto, 2000. CESAR, Guilhermino. Primeiros Cronistas do Rio Grande do Sul. 3ªed. Porto Alegre: Editora da Universidade, 1998. PRADO, Daniel. Operariado e Meio Ambiente: Um Estudo sobre os Trabalhadores da Indústria de Rio Grande. 1ªed. Rio Grande: Editora FURG, 2001. QUEIROZ, Maria Luisa. A Vila de Rio Grande de São Pedro. 1ªed. Rio Grande: FURG, 1987. ENCICLOPÉDIA dos Municípios Brasileiros. Vol. XXXIV. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia e Estatística, 1959.

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