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História da cidade de Garibaldi

Brasão da cidade de GaribaldiNesta página, você garibaldense ficará conhecendo um pouco mais da história da sua cidade. Leia com atenção.

GARIBALDI RIO GRANDE DO SUL Monografia - n.º 517 Ano: 1972 ASPECTOS HlSTÓRlCOS O Município, o mais meridional da zona serrana tem sua evolução histórica vinculada às correntes migratórias que em fins do século passado atingiram a região. Em Decreto de 24 de maio de 1870, o Presidente da Província do Rio Grande, Dr. João Sertório, no intuito de povoar o planalto serrano, criou as colônias de Conde d'Eu e Dona Isabel, que mais tarde constituiriam os municípios de Garibaldi e Bento Gonçalves. O Major José Maria da Fontoura Palmeiro foi incumbido de realizar a medição oficial das terras, até então devolutas. Como diretor-geral das referidas colônias, o capitão João Jacinto Ferreira foi nomeado em 1874. As colônias de Conde d'Eu e Dona Isabel pertenciam ao território de São João de Montenegro, elevado à categoria de Municipio em 5 de maio de 1873. Nos começos de 1875, chegava a Conde d'Eu uma leva de imigrantes, cerca de 40 casais ou famílias suíço-francesas, que se instalaram nos lotes situados na Estrada Geral. Formou-se assim o primeiro núcleo colonizador, destacando-se as famílias de João Jurdissi, Francisco Bouvier, João Dachery, João Blange, Luís Antônio Menetrier, Déchamps, Chevalier, Srasin, Sussie, Calixte, José Grandeau, Buvê, Aleixo Girand, Francisco Gotteland, Chapa, Fragnon e diversas outras. Convém notar que, antes dos suíços, vários brasileiros haviam se fixado no local. Por não se adaptarem ao meio, emigraram para outras plagas, assim como os estrangeiros. O precursor dos moradores brasileiros de Conde d'Eu foi João Carlos Rodrigues da Cunha. A primeira família italiana que teve acesso à colônia foi a de Cirilo Zamboni. Em 1876, chegaram 700 imigrantes italianos oriundos do Tirol austríaco, acompanhados pelo jovem e zeloso sacerdote Pé Bartolomeu Tiecher. A história guarda carinhosa lembrança de João Batista Tamanini, Batista Tomasi, Fortunato Amadeu Manica, Jorge Srott João Batista Nicolodi, Pedro Weber, Leopoldo Mafei, Carlos Miorando, Arcadio Consatti, Batista Camini Felipe Turatti e Osvaldo Consatti, dentre outros. Esses fixaram-se na linha Figueira de Mello, ao passo que foram instalar-se na linha Estrada-Geral: Manuel Peterlongo, Pedro Palaver, José Lora Francisco Rosa, Camilo Lorenzi, Luís Senter, Luís Casacurta, José Sciecere, Luís Fonin, Jacó Faraon, Arcàngelo Faraon, Luís Faraon, Antônio Segue e muitos outros. Para a colônia Dona Isabel foram Henrique Enriconi, David Manica, Valduga, Escer, Gasperetti, Fontana, Giacomoni e Decarli. Ainda em 1876, chegaram algumas famílias polonesa s, que bem depressa se entrosaram com os elementos latinos, merecendo especial destaque os nomes de Paulo Ciarnowski, João Cabowiski e Sbeguen. Esse excelente potencial humano viria a ser um dos fatores preponderantes do enriquecimento e progresso do Município. Iniciada, em 1879, a construção da importante rodovia Buarque de Macedo, conbe ao Dr. Joaquím Rodrigues Antunes, chefe da Comissão de Terras, a honra de ultimar os trabalhos. A estrada atravessava as colônias Conde d'Eu e Dona Isabel, ligando os campos de Lagoa Vermelha e Vacaria a São João de Montenegro. Ao tempo em que os imigrantes chegaram a Conde d'Eu, a região era domínio dos aborígenes que aos poncos se foram retirando para outras plagas ainda não devassadas. Contribuiu para isso a abertura da estrada que, de Maratá, no MUNICÍPlO de Montenegro, iria até os campos de Lagoa Vermelha. Tão logo foi concluída a rodovia, construiu-se espaçoso barracão na sede da colônia, destinado a pouso de tropeiros, em suas longas jornadas. O local recebeu a denominação de Galpão. Em 24 de abril de 1884, a colônia de Conde d'Eu constituiu-se em freguesia, desmembrada da de Estrela, dois anos depois, a 1.° de setembro, era erigida a primeira capela. O progresso da colônia foi se fazendo sentir em todos os setores, o que determinaria sua emancipação em 1900. Recebeu o nome de Garibaldi, em homenagem ao célebre caudilho, herói de dois continentes, que tomou parte ativa na unificação italiana e foi ainda um dos mais vigorosos paladinos da Revolução Farroupilha. Entre outros fatos ocorridos no Município cabe mencionar ainda a chegada, em 1896, dos missionários Capuchinhos, que fundaram, dois anos depois, a escola seráfica para a formação de frades brasileiros; a vinda dos Irmãos Maristas e a fundação, em 1904, da escola de Santo Antônio; a inauguração, em 1908, da estação de Carlos Barbosa (linha férrea Caxias-Porto Alegre) e do trecho ferroviário Carlos Barbosa-Garibaldi, em 1918. Em 1923, o Município foi atingido pelos conflitos que lavraram no Estado. Garibaldi hoje figura entre os municípios mais prósperos do Rio Grande do Sul. A despeito da maioria dos habitantes ser descendente de estrangeiros, especialmente de italianos, a assimilação é perfeita e a população concorre, pelo seu esforço e amor à terra, para o engrandecimento do Rio Grande do Sul. Formação Administrativa O Distrito foi criado em 26 de abril de 1884, por Lei provincial n.° 1.455. Em 31 de outubro de 1900 o Decreto estadual n.° 327 constituiu o Município, com a denominação de Garibaldi , sede na antiga Colônia Conde d'Eu e território desmembrado do de Bento Gonçalves. A instalação verificou-se a 25 de novembro do mesmo ano. Em 26 de novembro de 1900, Ato municipal número 1 confirmava a criação do distrito de GariIbaldi. Este, com os de Floriano Peixoto e Carlos Barbosa, constituíam o Município de Garibaldi, segundo divisão administrativa de 1911. Por ocasião do Recenseamento de 1920, observava-se a existência de novo distrito, o de Ipiranga, e tal composição se manteve até 1939, com a ressalva única de que o distrito de Ipiranga assumia o topônimo de Daltro Filho. Há dúvida quanto à alteração toponimica, ora atribuída ao Decreto estadual n.° 7.842, de 30 de junho de 1939, ora ao de n.° 7.199, de 31 de março de 1938. Na divisão territorial fixada pelo Decreto-lei estadual n.º 720, de 29 de dezembro de 1944, Garibaldi continua com os mesmos distritos, mas o de Floriano Peixoto passa a denominar-se Coronel Pilar. Outras modificações sofreu posteriormente o Município: a Lei municipal n.° 511, de 20 de n.º novembro de 1958, cria o distrito de São Marcos, com partes de terras desmembradas de Garibaldi e Daltro Filho, a Lei estadual n.° 3.831, de 25 de setembro de 1959, eleva a município o distrito de Carlos Barbosa, é criado o distrito de Vinte e Sete da Boa Vista, com território desmembrado dos distritos de Daltro Filho e São Marcos, por Lei municipal n.° 617, de 4 de fevereiro de 1960; segue-se o de Garibaldina, desmembrado do distrito-sede, por Lei municipal n.º 639, de 8 de julho de 1960; finalmente, a Lei municipal n.° 913, de 29 de abril de 1966, mudou o topônimo do distrito de São Marcos que passou a chamar-se Marcorama. Assim, é a seguinte composição do Municipio: Garibaldi (sede), Garibaldina, Coronel Pilar, Daltro Filho, Vinte e Sete da Boa Vista e Marcorama. De Acordo com os quadros de divisão territorial datados de 31 de dezembro de 1936 e 1937, e o anexo ao Decreto estadual n.° 7.199, de 31 de março de 1938, o Município constituía um dos termos judiciários da Comarca de Bento Gonçalves . Essa situação permaneceu inalterada, como se depreende das divisões territoriais para 1939-43 (Decretos estaduais números 7.643 de 28 de dezembro de 1938 e 7.842, de 30 de iunio de 1939), e para 1945-48 (Decreto-lei estadual n.o 720, de 29 de dezembro de 1944), ate 5 de dezembro de 1964, quando o Ato n.° 274/64, determinou a instalação da Comarca. É esta de 1.ª entrância, com jurisdição sobre os municípios de Garibaldi e Carlos Barbosa.¹ Garibaldi, Terra do Champanha Quando chegaram a Garibaldi trazendo como hábito a viticultura, os imigrantes italianos talvez não tivessem a idéia do efeito que esta contribuição teria sobre a história do Município. Hoje Garibaldi é conhecida como a capital nacional do champanha, sendo o maior produtor da bebida no Brasil. A cada estourar é celebrado o trabalho de obstinados, que a cada ano perseguem o ciclo das uvas. Esse trabalho tem como pioneira a família Peterlongo, que em 1913 elaborou o primeiro champanha brasileiro, em Garibaldi. Durante quatro décadas, o Brasil conheceu um único champanha elaborado aqui. Produzido desde 1913, por uma família de italianos que chegaram do Tirol, o champanha Peterlongo conquistou definitivamente o mercado brasileiro a partir de 1930. Esta foi a bebida servida pelo Presidente Getúlio Vargas na ocasião da visita da Rainha Elizabeth e seus convidados ao Brasil. Hoje o pioneirismo da Peterlongo na elaboração do champanha nacional, continua sendo registrado na preocupação com a qualidade do produto. O gosto da França na mesa do Brasil Engenheiro e agrimensor, Manoel Peterlongo vindo com sua família de Trento, no Tirol italiano, além de ajudar a fazer o traçado da cidade de Garibaldi, produziu o primeiro champanha do Brasil. O produto, obtido por meio de sábias misturas de vinhos de qualidades complementares e submetidas a uma fermentação em garrafas era o sonho maior do técnico, que desejava produzir em Garibaldi um vinho que tivesse a mesma qualidade daquele que estava habituado a beber na Europa. O sonho de Peterlongo começou a criar suas próprias raízes em 1913, quando o homem que traçou os primeiros rumos da industrialização do Município, utilizando-se de um processo natural de fermentação (champenoise), criado pelo abade francês Don Pérignon, onde o vinho-base era colocado nas garrafas, juntamente com a adição de licor de tirage e leveduras selecionadas, produziu o primeiro champanha brasileiro. No mesmo ano, a qualidade do novo produto já era reconhecida publicamente, ao ganhar a Medalha de Ouro na Exposição de Uvas, na qual foi gravado: 'Bendita a terra a que este sangue aquece'. Com o falecimento de Manoel, em 1924, o comando da Casa Peterlongo passou para o filho Armando, que ampliou o estabelecimento, de acordo com o melhor padrão europeu, com uma cantina de 10.000m2, com túneis em granito. Ele preparou a empresa para o salto que viria depois: a modesta organização de trabalho baseada na participação comunitária da família se transformaria numa grande empresa, conquistando o mercado nacional, a partir de 1930. A crise econômica da década de 30 invibializou a produção artesanal e, por causa do alto custo operacional e comercial, o Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo adotou o processo charmat, onde o vinho-base era levado a fermentar a uma temperatura de 13º a 15ºC, em recipiente de aço inox com capacidade de 5 a 10 mil litros, sendo que no ano de 1942 realizava a primeira exportação do produto (Magazine Macy's de Nova Iorque).²

Fonte

¹IBGE ²PREFEITURA MUNICIPAL DE GARIBALDI - RS

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