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SERRO MINAS GERAIS Monografia - n.° 613 Ano: 1982 ASPECTOS HISTÓRICOS O INÍCIO do povoamento do sertão dos Cataguases se deve ao espírito intrépido dos bandeirantes paulistas que, em fins do século XVII, iniciaram expedições em busca de ouro e de pedras preciosas, ou de índios para o trabalho escravo. Segundo alguns historiadores, foi Lucas de Freitas o primeiro civilizado a penetrar em terras do atual Município de Serro. Outros atribuem o feito a Antônio Ferreira Soares, descobridor do morro que, mais tarde, se chamou Gaspar Soares. Essa versão tem base na Revista do Arquivo Público Mineiro, que menciona Antônio Soares como descobridor das minas de Serro Frio, em 1702, coadjuvado por seu filho João Soares Ferreira, pelo escrivão Manuel Correia, pelo procurador régio Baltazar Lemos de Morais Navarro e por Lourenço Carlos Mascarenhas e Araújo, seguidos de inúmeros escravos. Entretanto, de acordo com o escritor serrano Nelson de Sena, os descobridores e primeiros habitantes da região do Serro Frio, que, atraídos pelas lavras do aurífero Hivituruí, aí se instalaram em 1703, foram os irmãos Corrêa Arzão, Baltazar Leme Lourenço Carlos, Gaspar Soares, Lucas de Azevedo Bartolomeu Bueno de Siqueira, Jerônimo Arzão e Pedro de Miranda. Passa ao pé da Cidade o histórico córrego dos Quatro Vinténs, onde foram levadas a efeito as primeiras bateadas. A existência de ouro a granel nesse córrego foi anunciada aos exploradores pela africana Jacinta Siqueira, que mandou construir a primeira igreja no lugar. Em 1720, estabeleceu-se a Casa de Fundição para a cobrança do quinto do ouro extraído das lavras. Em 1729 e 1730, Bernardo da Fonseca descobriu diamantes no lugar. Acusados de extravio e roubo de pedras, negros e pardos foram expulsos em 1732. A construção da cadeia teve lugar em 1735, seguida do calçamento das ruas. Sete anos depois, foi edificada a Igreja da Purificação. O Chafariz da Praia, construído em 1764, começou a funcionar em 1809. Os índios denominavam o lugar de Hivituruí, ou seja, Grande Serro do Frio, como passou a ser conhecido. Mais tarde, o topônimo foi mudado para Arraial das Lavras Velhas do Hivituruí, posteriormente Vila do Príncipe, atualmente Serro. Formação Administrativa O MUNICÍPIO, criado com território desmembrado do termo da antiga Vila de Sabará, recebeu a designação de Vila do Príncipe, a 29 de janeiro de 1714 ocorrendo sua instalação a 6 de abril do mesmo ano. Criou o distrito o Alvará de 16 de fevereiro de 1724. Pelo disposto na Lei Provincial n.° 93, de 6 de março de 1838, concederam-se foros de Cidade à Sede municipal, sob a denominação de Serro, extensiva ao Distrito e ao Município. Pela Lei Estadual n.° 2.764, de 30 de dezembro de 1962, foram desmembrados de Serro os distritos de Casa de Telha, Itambé e Santo Antônio do Rio do Peixe, transformados respectivamente nos municípios de Serra Azul de Minas, Santo Antônio do Itambé e Alvorada de Minas. A atual composição do Município é a seguinte: Serro (Distrito-Sede), Deputado Augusto Clementino Milho Verde, Pedro Lessa e São Gonçalo do Rio das Pedras. A Carta Régia de 6 de abril de 1714 designou Serro para sede de uma das 4 comarcas em que seria dividida a Capitania. Em 17 de fevereiro de 1720 foi feita a divisão. A Ordem Régia de 16 de março de 1720 criou a Comarca de Serro Frio, passando a designar-se simplesmente Serro, por efeito da Lei Provincial n.° 93 de 6 de março de 1838. Foi de 3.ª entrância desde 1.° de Janeiro de 1954, abrangendo o Município de Serro e os de Alvorada de Minas, Santo Antônio do Itambé e Serra Azul de Minas. Atualmente é sede de comarca de 2.ª entrância, com jurisdição sobre os Municípios de Alvorada de Minas, Rio Vermelho, Santo Antônio do Itambé e Serra Azul de Minas.
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